Alimentação

O mito do colesterol no ovo: o que a ciência realmente diz

Postado em outubro 21, 2025 as 11:16 am por Daniela Nucci

Por Prof. Francis Flosi- médico veterinário e diretor geral da Faculdade de Medicina Veterinária Qualittas

Durante décadas, o ovo foi injustamente visto como vilão da alimentação saudável. A crença de que o colesterol presente na gema poderia causar doenças cardiovasculares se espalhou rapidamente — mas as evidências científicas modernas mostram que essa relação é, na verdade, um mito.

O que é o colesterol e por que ele é essencial ao organismo

O colesterol é uma substância vital para o corpo humano. Ele participa da produção de hormônios sexuais (como testosterona e progesterona), vitamina D, sais biliares e é fundamental para a estrutura das membranas celulares.

Mais de 90% das células do corpo humano contêm colesterol, o que demonstra sua importância biológica.

O fígado é responsável por produzir cerca de 75% do colesterol do organismo — ou seja, a maior parte é endógena, e não vem da alimentação. Apenas 25% são obtidos por meio da dieta, o que significa que não há exigência nutricional para o consumo de colesterol.

O ovo e o mito do colesterol alto

Um ovo médio contém cerca de 213 mg de colesterol, concentrado principalmente na gema. Essa substância é essencial para o desenvolvimento embrionário das aves e, portanto, naturalmente presente.

Durante muitos anos, acreditou-se que comer ovos aumentava o chamado “mau colesterol” (LDL). No entanto, estudos científicos atuais comprovaram que o consumo moderado de ovos não eleva os níveis de colesterol no sangue em indivíduos saudáveis.

As pesquisas mostram que o impacto do colesterol alimentar nos níveis sanguíneos é pequeno e clinicamente insignificante.

O maior inimigo do coração não é o ovo, mas o estresse, o sedentarismo e a má alimentação.

A influência do estilo de vida é muito maior

A síntese de colesterol e gordura no sangue está diretamente relacionada a fatores como:

  • Estresse crônico
  • Sedentarismo
  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Consumo excessivo de álcool e gorduras saturadas

Esses elementos alteram o metabolismo das lipoproteínas, que transportam gorduras no sangue, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.

O colesterol, nesse caso, atua como “reparador” das artérias danificadas — e não como o causador inicial do problema.

Exercícios físicos ajudam a equilibrar o colesterol

O exercício físico regular, mesmo que simples como uma caminhada diária, é uma forma natural e eficaz de manter o colesterol sob controle. Durante a atividade aeróbica, o organismo utiliza o colesterol como fonte de energia, contribuindo para a redução da colesterolemia (nível total de colesterol no sangue).

Por que o ovo é um super alimento 

O ovo é uma das fontes mais completas de nutrientes disponíveis. É rico em:

  • Proteínas de alto valor biológico
  • Ácidos graxos bons (mono e poli-insaturados)
  • Vitaminas A, D, E, K e do complexo B
  • Colina (essencial para memória e função cerebral)
  • Antioxidantes como luteína e zeaxantina, que previnem degeneração ocular

Além disso, é um alimento de baixo custo e alta biodisponibilidade, o que o torna acessível e saudável para todas as idades.

Pesquisas recentes apontam que o consumo diário de até dois ovos é seguro para a maioria das pessoas e pode até contribuir para controle do peso e aumento da saciedade.

O ovo é aliado da saúde, não inimigo

Os avanços da ciência desmistificaram a antiga relação entre o colesterol do ovo e doenças cardiovasculares.

O consumo equilibrado de ovos é benéfico para a saúde, fornecendo nutrientes essenciais ao corpo e contribuindo para o bom funcionamento do metabolismo.

Enfim, o problema não está no ovo, mas no estilo de vida.

Boa alimentação, exercícios e controle do estresse ainda são as melhores estratégias para um coração saudável.

 

Fonte Animal Business Brasil

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